sábado, 13 de junho de 2009

O Iluminado


As sucessivas ondas de perfume carreadas pelos ventos suaves da primavera faziam parte do festival de alegria que dominava a Natureza.


As folhas de mangueiras enfeitavam as portas das casas da aldeia, significando fecundidade em abundância, e o ashram se encontrava ornamentado de festões de flores de laranjeiras.


As pessoas transitavam felizes, ornadas de guirlandas coloridas, e as virgens descalças exibiam os braceletes e guizos reluzentes, assim como as jóias cintilantes que adornavam os sáris leves, dourados uns, prateados outros.


Enfeitadas com esmero e pintadas, aguardavam o Iluminado que deveria chegar, quais noivas ansiosas pelas núpcias anunciadas.


Crianças gárrulas, vestidas com cuidado, corriam de um para o outro lado, como abelhas operosas, embora não produzissem nada além da música estridente dos gritos e das risadas...
O Sol ameno beijava a terra verde exultante de vitalidade com carícia gentil.


De quando em quando, soavam os clarins anunciadores, informando a proximidade da comitiva que conduzia o Esperado.

O palanque no centro do ashram estava repleto com as autoridades e as personagens locais de maior destaque.


Todos O aguardavam com expectativa mal disfarçada.
Esperava-se que Ele chegasse numa carruagem ajaezada de gemas preciosas e ornada de ouro, conduzida por corcéis brancos igualmente recobertos de tecidos caros...

...Ele, porém, chegou caminhando, pés descalços, cabeça erguida e corpo coberto somente pela túnica em tonalidade açafrão, que lhe descia até ao solo.

Nenhum adorno se destacava na indumentária.


Os seus acompanhantes eram, também, destituídos de luxo e de ostentação.
A multidão não pôde esconder o desencanto.


Aguardava-se um rei poderoso que representava Brahma na Terra, e o mensageiro parecia tão pobre e sem valor!

Ele dirigiu-se ao estrado, subiu, calmamente, os degraus, saudou as personalidades com humildade, em melodiosas expressões Namastê!1


As pessoas acercaram-se mais e um silêncio cósmico facultou a oportunidade para Ele falar...
...Eu venho em nome da Luz Inapagável, que antecedeu ao tempo e ao espaço.
Eu sou o portador da Sua claridade, a fim de que toda a sombra se dilua nas mentes e nos corações humanos.


Eu sou a luminosa verdade que desalgema o Espírito da dominadora sombra da ignorância.
Eu sou o archote da esperança para quem busca, sou o socorro para quem o necessita.
Não tenho nada, além disso, nem me interessa possuir outras coisas...
Eu sou!...


Ante a expectação e a onda de ternura que invadiu as pessoas, um apelo maternal rompeu a pausa que Ele fez, rogando:
- Minha filha é cega! – e ergueu-a nos braços.


Ele sorriu, misericordioso, e, dos Seus olhos saíram raios brilhantes, atingindo a criança invidente, que gritou: - Vejo! – e prorrompeu em pranto...


Outrem suplicou:
- Cura as minhas feridas!
Ele estendeu as mãos que espraiaram radiante luz, que logo cicatrizou as úlceras...
...E todos que se encontravam nas trevas das aflições suplicaram remendos para os seus corpos corrompidos, enquanto Ele, curando-os, iluminou-lhes as almas equivocadas.

Quando a noite chegou estrelada, e Ele partiu, uma estrada esplendendo em luz feérica se estendeu da aldeia humilde, perdendo-se na direção do infinito.


O Iluminado compadecido, que nada possuía, era o amor que tudo pode e que se dá, deixando perene claridade naqueles que deambulam na escuridão da inferioridade.

Rabindranath Tagore
Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de 7 de julho de 2008, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia. Em 23.03.2009.


1O deus que está em mim saúda o deus que está em você.




segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A Serenidade


por: Mensageiros da Luz



Todo homem sábio é sereno.

A serenidade é conquista que se consegue com o esforço pessoal, passo a passo.

Pequenos desafios que são superados, irritações que conseguimos controlar; desajustes emocionais corrigidos; vontade bem direcionada; ambição freada são todas experiências para a aquisição da serenidade.

Um espírito sereno é aquele que já se encontrou consigo próprio, sabendo exatamente o que deseja da vida.

A serenidade harmoniza, exteriorizando-se de forma agradável para os que estão à volta. Inspira confiança, acalma e propõe afeição.

O homem que consegue ser sereno já venceu grande parte da luta.

Assim, não permita que nenhuma agressão exterior lhe perturbe, causando irritação e desequilíbrio.Procure manter a serenidade em todas as realizações.

A sua paz é moeda arduamente conquistada, que você não deve atirar fora por motivos irrelevantes.

Os tesouros reais, de alto valor, são aqueles de ordem íntima, que ninguém toma, que jamais se perdem, e sempre seguem com você.

Quando esteja diante de alguém que engana, traindo a sua confiança, o seu ideal, procure manter-se sereno.O enganador é quem deve estar inquieto, e não a sua vítima.

No seu círculo familiar ou social, você sempre irá se defrontar com pessoas perturbadas, confusas e agressivas.

Não se desgaste com elas, competindo nas faixas de desequilíbrio em que se fixam. Elas são um teste para sua paciência e serenidade.

Procure manter-se sempre em contato com o alto, através da prece e em contato consigo mesmo, buscando continuamente compreender as situações que a vida lhe apresenta, enxergando-as como oportunidades, e não como crises.

Quem consegue manter a serenidade diante das pequenas dificuldades que surgem, vence mais facilmente os grandes desafios.

O homem sereno consegue viver mais feliz, pois nada parece afligi-lo a ponto de faze-lo desistir dos sonhos que traçou para si mesmo.

O homem sereno jamais busca resolver suas questões através de comportamento violento, e por isso há mais paz em sua vida.

A serenidade que Jesus mantinha em seu coração era algo sublime.

Poucos eram aqueles que não se emocionavam em sua presença, pois esta virtude se exteriorizava pelo olhar tranqüilo e profundo, irradiava pelo semblante carinhoso e pacífico; emanava pelas palavras ditas com tanto amor, que pareciam beijar e abraçar aqueles que as ouviam.
Poucos foram aqueles que não tiveram seus olhares inundados, por estarem na companhia do espírito mais sereno que já esteve na face da terra.

fonte : centro espírita "Caminhos de luz"

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A FÉ : MÃE DA ESPERANÇA E DA CARIDADE

Para ser proveitosa, a fé ter de ser ativa: não deve entorpecer-se. Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus, cumpre-lhe velar atentamente pelo desenvolvimento dos filhos que gerou.

A esperança e a caridade são corolários da fé e formam com esta uma trindade inseparável. Não é a fé que faculta a esperança na realização das promessas do senhor? Se não tiverdes fé, que esperareis? Não é a fé que dá o amor? Se não tendes fé, qual será o vosso reconhecimento e, portanto o vosso amor?


Inspiração divina, a fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem. É a base da regeneração. Preciso é pois, que essa base seja forte e durável, porquanto, se a mais ligeira dúvida a abalar, que será do edifício que sobre ela contruirdes? Levantai conseguintemente esse edifício sobre alicerces inamovíveis. Seja mais forte a vossa fé do que os sofismas e as zombarias dos incréduos, visto que a fé que não afronta o ridículo dos homens não é fé verdadeira.

A fé sincera é empolgante e contagiosa; comunica-se aos que não na tinham, ou, mesmo, não desejariam tê-la. Encontra palavras persuasivas que vão à alma, ao passo que a fé aparente usa de palavras sonoras que deixam frio e indiferente quem as escuta. Pregai pelo exemplo da vossa fé, para a incutirdes nos homens. Pregai pelo exemplo das vossas obras para lhes demonstrardes o merecimento da fé. Pregai pela vossa esperança firme, para lhes dardes a ver a confiança que fortifica e põe a criatura em condições de enfrentar todas as vicissitudes da vida.

Tende, pois, a fé, com o que ela contém de belo e de bom, com a sua pureza, com a sua racionalidade. Não admitais a fé sem comprovação, cega filha da cegueira. Amai a deus, mas sabendo porque o amais; crede nas suas promessas, mas sabendo porque acreditais nelas; segui os vossos conselhos, mas compenetrados do fim que vos apontamos e dos meios que vos trazemos para o atingirdes. Crede e esperai sem desfalecimento: os milagres são obras da fé.
José, Espírito protetor. (Bordeaux, 1862.)

O Evangelho segundo o espiritismo - Capítulo 19, item 11.